Salvador (Cidade de)
A cidade, antes mesmo de ser oficialmente fundada, já era habitada pelos tripulantes do naufrágio de um navio francês, em 1510, de cuja tripulação fazia parte Diogo Álvares, o Caramuru. Em 1534, foi fundada a capela em louvor a Nossa Senhora da Graça, por Diogo Álvares e sua esposa, Catarina Paraguassú. Em 1536, chegou na região o primeiro donatário, Francisco Pereira Coutinho, que recebeu donatária de El-Rei D.João III. Fundou o Arraial do Pereira, nas imediações de onde hoje está a Ladeira da Barra. Este arraial, 12 anos depois, foi chamado de Vila Velha. Os índios não gostavam de Pereira Coutinho por causa de sua crueldade e arrogância no trato. Por isso, aconteceram diversas revoltas indígenas enquanto ele esteve na vila. Uma delas o obrigou a ir refugiar-se em Porto Seguro, com Diogo Álvares; na volta, já na Baía de Todos os Santos, enfrentando forte tormenta, o barco, à deriva, chegou à praia de Itaparica. Nesta, os índios o fizeram prisioneiro, mas deram liberdade a Caramuru. Francisco Pereira Coutinho foi retalhado e servido numa festa antropofágica.
Tomé de Souza participando pessoalmente dos trabalhos de construção de prédios e paliçadas durante a fundação de Salvador
Em 29 de Março de 1549 chegaram, pela Ponta do Padrão, Tomé de Souza, com ordens do rei de Portugal de fundar uma cidade-fortaleza chamada do São Salvador. Após Tomé de Souza, o governador Mem de Sá, que governou até 1572, também contribuiu com uma grande administração. A cidade foi invadida pelos holandeses em 1598, 1624-1625 e 1638. O açúcar, no século XVII, já era o produto mais exportado pela colônia. No final deste século a Bahia se tornou a maior província exportadora de açúcar. Nesta época, os limites da cidade iam da freguesia de Santo Antônio Além do Carmo até a freguesia de São Pedro Velho. A Cidade do São Salvador da Bahia de Todos os Santos foi sede da administração colonial do Brasil até 1763.
Em 1798, ocorreu a Revolta dos Alfaiates, na qual estavam envolvidos homens do povo, como Lucas Dantas e João de Deus, e intelectuais da elite, como Cipriano Barata e outros profissionais liberais.
Em 1809, o Conde d'os Arcos iniciou sua administração, a qual foi muito benéfica à cidade. Em 1812 ele inaugurou o Teatro São João, onde mais tarde Xisto Bahia cantaria suas chulas e lundus, e Castro Alves inflamaria a platéia com seus maravilhosos poemas líricos e abolicionistas. Ainda no governo do Conde d'os Arcos, ocorreram os grandes deslizamentos nas Ladeiras da Gameleira, Misericórdia e Montanha.
Em 1835 ocorreu a revolta dos escravos muçulmanos, conhecida como Revolta dos Malês.
Durante o século XIX, Salvador continuou a influenciar a política nacional, tendo emplacado diversos Ministros de Gabinete no II Reinado, tais como Saraiva, Rio Branco, Dantas e Zacarias. Com a proclamação da República, e a crise nas exportações de açúcar, a influência econômica e política da cidade no cenário nacional passa a ser cada vez menos importante.
Organizado ponômica e política da cidade no cenário nacional passa a ser cada vez menos importante.
Organizado por: Maria Isabel Moura Nascimento