João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque nasceu em Umbuzeiro (PB), em 1878. Era sobrinho do ex-presidente da República Epitácio Pessoa e sobrinho-neto do barão de Lucena, presidente da província de Pernambuco durante o Império e ministro da Fazenda do governo de Deodoro da Fonseca.
Ingressou, em 1895, na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, mas não concluiu seu curso. Em 1899, matriculou-se na Faculdade de Direito de Recife, por onde se formou em 1904. Em 1909, transferiu-se para o Rio de Janeiro, trabalhando como advogado no Ministério da Fazenda e na Marinha. Em julho de 1919, três meses após a posse de Epitácio Pessoa na presidência, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar (STM). Na década de 20, atuou como juiz nos processos movidos contra os envolvidos nos levantes tenentistas então deflagrados, destacando-se sempre pelo rigor contra os acusados.
Em 1928, elegeu-se presidente do estado da Paraíba. Nesse cargo, promoveu uma reforma na estrutura político-administrativa do estado e, para enfrentar as dificuldades financeiras, instituiu a tributação sobre o comércio realizado entre o interior paraibano e o porto de Recife, até então livre de impostos. Essa medida contribuiu para o saneamento financeiro do estado, mas gerou grande descontentamento entre os fazendeiros do interior, como o coronel José Pereira Lima, chefe político do município de Princesa e com forte influência sobre a política estadual.
Em 1929, João Pessoa negou-se a apoiar a candidatura situacionista de Júlio Prestes à presidência da República e aceitou convite para ser o candidato a vice-presidente na chapa oposicionista da Aliança Liberal, articulada pelos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul e encabeçada pelo gaúcho Getúlio Vargas.
Realizado o pleito, a chapa oposicionista foi derrotada e o coronel José Pereira, que apoiava Julio Prestes, iniciou uma revolta em Princesa contra o governo estadual, sendo apoiado pelo governo federal. Ao mesmo tempo, ganhava força no interior da Aliança Liberal a proposta de deposição de Washington Luís através de um movimento armado. João Pessoa rejeitou essa solução. Sua preocupação concentrava-se, nesse momento, no combate à Revolta de Princesa.
Nesse sentido, ordenou a polícia paraibana invadir escritórios e residências de pessoas suspeitas de receptar armamentos destinados aos rebeldes. Numa dessas invasões - na residência de João Dantas, aliado de José Pereira -, foram encontradas cartas íntimas trocadas entre Dantas e sua amante. As cartas foram publicadas pela imprensa alinhada ao governo estadual, causando provocando grande escândalo na sociedade paraibana. Dias depois, em viajem ao Recife, João Pessoa foi assassinado com dois tiros desferidos por João Dantas em uma confeitaria da capital pernambucana.
O assassinato provocou forte comoção no país. Os líderes da Aliança Liberal trasladaram o corpo para o Rio de Janeiro, onde foi enterrado em meio a grande manifestação popular. Nas cidades por onde passou, o cortejo fúnebre foi alvo de manifestações semelhantes. Tal clima contribuiu para que os preparativos revolucionários se acelerassem, resultando na deposição de Washington Luís, em outubro, e na ascensão de Vargas ao poder, no mês seguinte.
Em setembro de 1930, a capital paraibana, até então denominada cidade da Paraíba, foi rebatizada com o seu nome.
Colaboradores Alunos do curso de Pedagogia UEPG
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Colaboradores Alunos do curso de Pedagogia UEPG
Maria Isabel Moura Nascimento
Fonte: : http://www.cpdoc.fgv.br/comum/htm/
Data do Documento: 22/04/2004