Breves considerações sobre o contexto político da atualidade

"Toda essa parafernália tem como estratégia deixar o público distante dos grandes temas que são aprovados ligeiramente no Congresso Nacional, sempre temas que retiram direitos de todos os trabalhadores brasileiros."

Nestas breves considerações, desenvolveremos, mesmo que sinteticamente, algumas questões importantes sobre o contexto histórico e político da atualidade. Esses apontamentos nos ajudam, dão algumas pistas e possibilidade sobre os desafios da classe trabalhadora diante de tão profunda crise. Vivenciamos um período de avanço das forças conservadores, reacionárias, de direita, golpistas e fascistas. Este processo ocorre para garantir o avanço da acumulação mais acentuada do capital, para tanto, faz-se necessário, desbravar países, destruir serviços públicos, privatizar empresas estatais, terceirizar serviços e destruir a educação pública estatal. Acompanhando este processo de destruição de centros de pesquisas, Universidades Públicas de referência internacional, acompanha a negação da ciência, do conhecimento, da pesquisa e do saber científico, buscando com isso apoio social para o sucateamento da escola, universidade e saúde pública, por exemplo. Tal movimento tem apoio no setor empresarial, sempre ávidos por mais lucros, setor que financia campanhas milionárias em defesa da administração privada como sendo mais “competente” para gerir esses serviços em processo de desmantelamento. Por outro lado, buscando inviabilizar resistências neste processo o governo federal intensifica a perseguição e repressão aos movimentos sociais progressistas, como MST, professores, trabalhadores dos correios, além de desencadear campanha difamatória contra os educadores brasileiros que resistem em voltar as aulas presenciais e muitos resistem também em trabalhar no ensino remoto, apontando o mesmo como sendo precário e não viável para uma educação de fato de qualidade.

Em tempos de pandemia, a desinformação desencadeada pelo governo central, via negação da mesma, negação da importância do uso de máscaras, além de negar a importância do isolamento social, busca desorientar a sociedade e criar um clima de guerra, onde defensores do governo tentam a todo instante adentrar espaço público sem utilização de máscaras, gerando conflitos e violência verbal e física. Toda essa parafernália tem como estratégia deixar o público distante dos grandes temas que são aprovados ligeiramente no Congresso Nacional, sempre temas que retiram direitos de todos os trabalhadores brasileiros.

Na área de educação, vemos a defesa do retorno as aulas, pressão para que professores retornem com suas atividades educativas nas unidades escolares, incentivando os pais a levarem seus filhos à escola e exigirem aulas. Acompanhado a esse processo, desencadeia-se um movimento de culpabilização dos professores por não retornarem as aulas e por serem os mesmos “preguiçosos”, não “gostarem de trabalhar”, palavras saídas nada mais nada menos do “governante” do país. Não bastasse o movimento escola sem partido que desencadeou em nível nacional o movimento de responsabilização dos professores por serem os mesmos doutrinadores, baderneiros, arruaceiros e perigosos.

Ficaria aqui descrevendo paginas e mais paginas sobre o contexto políticos e social do nosso país, das ações de um governo genocida e subserviente aos interesses do imperialismo norte americano. Algumas questões aponto para contribuir com o debate, não que sejam únicas, mas serve para refletirmos sobre o que fazer diante de tanta destruição. Primeiro: Entendo que os profissionais da educação devem resistir à pressão para a retomada das aulas, tanto remotas, bem como presenciais. Segundo: Não aceitar as atividades remotas, pois abre precedente para posterior implementação da EAD nas unidades escolares, além de que o ensino remoto, significa ampliação do processo de precarização do trabalho docente, além de por em questão a qualidade da educação desenvolvida. Terceiro:  Sindicatos e Centrais Sindicais devem buscar ações conjuntas, construindo pautas que unifiquem o movimento e que tenham ações mais incisivas na resistência contra o desmonte do serviço público brasileiro. Quarto: Denunciar internacionalmente o genocídio contra povos indígenas, além da repressão aos movimentos sociais progressistas e qualquer forma de organização dos trabalhadores, como por exemplo: repressão ao MST, trabalhadores dos correios. A denúncia deve constar a destruição ambiental sem precedentes neste país. Quinto: Todo o setor progressista, democrático deste país tem o dever de unir forças para buscar frear o avanço deste movimento nefasto para o povo brasileiro. Por fim, a esquerda não pode cair ou ficar restrita as ações eleitorais, mas buscar formas de luta e organização da classe que vende a força de trabalho em uma sociedade em chamas.